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Artigo Sensação de segurança nos condomínios: sonho ou realidade?

Por Paulo Musa, especialista em segurança da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense

Assaltos a condomínios já é realidade no cenário urbano brasileiro. Em quatros anos foram registrados, em média, 12 mil casos de furtos e roubos a casas e condomínios somente no Estado de São Paulo, segundo dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim), publicados na imprensa neste ano. Moradores e funcionários ficam reféns de quadrilhas que se apropriam mais de inteligência do que de violência para realizar suas ações.

Sim. Hoje em dia antes de colocar o crime em prática, os interceptadores estudam o comportamento de seu alvo, inclusive através das redes sociais. Eles usam nomes e documentos falsos para alugar imóveis, identificam os moradores que tem bens nas residências, como dinheiro, joias e produtos eletrônicos de alto valor. Tudo para atacar sem ninguém perceber em plena luz do dia na maioria dos casos.

Todo esse pré-preparatório de inteligência investigativa é usado única e exclusivamente para as quadrilhas superespecializadas detectarem falhas de segurança existentes em prédios e condomínios.

Mesmo diante de uma evolução tecnológica, que oferece inúmeras opções para o reforço da segurança em condomínios, os bandidos conseguem driblar todo o aparato high tech. Isso mostra que somente o uso de sistemas e equipamentos não é a principal medida de segurança porque o maior risco está no ser humano.

São muitas as vulnerabilidades causadas por humanos, direta e indiretamente. Podemos citar entre as tais, a falta de atenção dos colaboradores, o descumprimento de regras por parte dos moradores, o desleixo na manutenção da tecnologia e a falta de treinamento. Nesta lista de descuidos humanos em relação à segurança pode-se incluir mais duas brechas, que são permitir que a guarita fique aberta com pessoas estranhas ao serviço e também tirar o porteiro de sua função original.

Uma medida protetiva para evitar a saída do porteiro durante o seu turno é proporcionar a ele uma guarita blindada com banheiro interno, ar-condicionado e boa visão da rua e dos portões de garagem. Já para estabelecer no condomínio uma série de normas próprias aos moradores e funcionários é fundamental a atuação de um síndico com pulso firme, além do apoio de uma administradora organizada. Se a equipe de segurança for terceirizada, é importante cobrar da empresa responsável um planejamento anual de treinamento dos funcionários.

Em caso de substituição, os novos funcionários devem estar devidamente capacitados para assumir as novas funções, passando por um processo de diligência bem estruturado. Nas reuniões e assembleias de condomínio é sempre bom dedicar um tempo para tratar sobre a segurança do local.

Por fim, ao ler todas essas medidas, você perguntará se seu o condomínio é/ou está seguro. Respondo que se usar esses recursos de forma correta e com uma gestão adequada o seu condomínio preservará a integridade e o bem-estar dos moradores e dos funcionários ao dificultar as ações criminosas. Um grande feito frente ao crescimento exponencial de invasões ocorridas nestes locais nos últimos anos.

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