Retalhos de arte contemporânea
Patchwork ganha status em 78 trabalhos reunidos para exposição internacional no Rio
Técnica conhecida por seus desenhos delicados, o patchwork – em português “trabalhos com retalhos”, ganhou contornos ousados. Por aqui e mundo a fora, artesãos contemporâneos saem em busca de informação, produzindo artesanato/arte, peças únicas, assinadas, com design moderno e reconhecidas no campo das artes visuais. Muitos desses trabalhos fazem partes de exposições Internacionais ou de acervo de museus como o Museu de Artes e Design, em Nova York, o QuiltStudy Center & Museum em Lincoln/Nebraska ou a QuiltNihon no Japão.
Em sintonia com essa tendência, a 16ª edição da Patchwork Design, feira que apresenta produtos do segmento têxtil, promove a “Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil” com 78 trabalhos de 44 artistas brasileiros e americanos.
“A técnica está tão sofisticada que de longe os trabalhos parecem pintura, quase todas abstratas, mas quando se chega perto pode se ver as costuras e isso surpreendente o espectador”, afirma Zeca Medeiros, curador da exposição.
No Brasil, o patchwork que sempre foi visto como a “colcha da vovó”, esse conceito também mudou. A prova disso é a exposição que há seis anos acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2016 se apresentará também em espaços culturais de outras cidades como o Museu Gerdau em Belo Horizonte e no Centro Cultural do Gasômetro em Porto Alegre. No Rio de Janeiro a exposição acontecerá de 31 de março a 2 de abril no clube Monte Líbano e estão sendo esperados cerca de 9 mil visitantes, 20% a mais que em 2015.
Das camas para as paredes de galerias de arte e museus
Enquanto nos séculos XVI, XVII e XVIII mulheres se esforçavam para fazer colchas bonitas e aconchegantes, na era Vitoriana (século XIX) a criação do patchwork com a técnica “Crazy” tornou-se um hobby elegante que levou a ideia de se fazer trabalhos apenas para exposição. Já nos anos 70, jovens artistas “descobriram” o patchwork, dominaram a técnica e rapidamente começaram a experimentá-lo em estilos contemporâneos.
Galerias de arte se recusavam a expor quilts (patchwork) artísticos por que o patchwork não era visto como dignos de consideração artística e mostras de patchwork se recusavam a aceitar trabalhos artísticos por que não se limitavam a estilos e técnicas tradicionais. A primeira exposição de patchwork artístico foi realizada no final dos anos 70 nos EUA.
O patchwork contemporâneo atinge o seu auge no século XXI. Atualmente, museus e galerias de arte atraem grandes multidões para exposições de arte têxtil em vários países. E os arquitetos e decoradores já usam o patchwork para decorar os ambientes com almofadas, poltronas, capas para sofás, quadros e até esculturas.
Serviço:
16ª. Patchwork Design e Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil
31 de março a 2 de abril
Clube Monte Líbano
R. Borges de Medeiros, 701 – Lagoa
Ingresso: R$ 24,00 inteira / R$ 12,00 meia
Horário: 13h às 19h
Publicar comentário