Juros acima de 11% impedem a compra da casa própria
A compra da casa própria é o desejo de muitas famílias. No entanto, a aquisição pode ficar inviável se as taxas de financiamento forem superiores a 11% ao ano. É o que indica pesquisa da Brain Inteligência Estratégia feita para a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para entender a percepção dos brasileiros em relação ao crédito imobiliário e como a taxa de juros pode dificultar a aquisição. De acordo com o estudo, juros superiores a 11% ao ano tornam inviável a tomada de financiamento para 88,4% dos participantes. Já 11,6% consideram comprar um imóvel nessas condições.
O estudo revela ainda que os mais pobres são os mais prejudicados pela alta nos juros. Isso porque quem recebe um salário de até R$ 4 mil tende a ser o perfil de interessado que mais recorre ao financiamento para a compra de imóveis: 63%. Esse público também é o que mais adquire casas e apartamentos para uso próprio, representando 75% dos entrevistados nessa faixa salarial. Segundo o presidente da Abrainc, Luiz França, a renda tem forte influência sobre o motivo da compra. E para a parcela mais carente, o financiamento é essencial para viabilizar o sonho. Já a outra ponta, ou seja, os compradores com maior poder aquisitivo, direcionam seus recursos para investimentos no mercado imobiliário.
“Os resultados da pesquisa apontam que as taxas de juros têm um impacto significativo na viabilidade do financiamento imobiliário para a maioria da população e limitam o acesso à moradia para muitos brasileiros. Essas informações são essenciais para a compreensão do mercado imobiliário e podem guiar políticas públicas e a geração de empregos, como a necessidade urgente da redução da taxa Selic”, ressalta França.
A pesquisa da Brain revela também que, no geral, a maioria dos compradores de imóveis que utiliza o financiamento (83%) tem como objetivo a moradia. Por outro lado, pessoas com salários acima de R$ 29 mil são as que mais adquirem o bem para investir (29%), indicando que o setor permanece atraindo investidores de alto poder aquisitivo.
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