De acordo com Robson Macedo, diretor da BidYou, assessoria de investimento imobiliário, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) significa um aumento do custo do financiamento habitacional desdobrando em uma maior parcela para o cliente. “Conclusão: as unidades de leilão permanecem como a opção mais vantajosa para o cliente, pois têm valores até 50% mais baixos, financiamento em até 420 meses e, em alguns casos, possibilidade de entrada usando o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)”, explica Macedo.

Para mostrar que o segmento de leilões está em alta, o executivo conta que a maioria dos clientes da empresa era formada apenas por investidores ou pessoas buscando imóveis maiores e mais adequados ao novo modelo de trabalho home office. “Agora também observamos um crescimento de famílias comprando o primeiro imóvel via leilão”, destaca. Prova disso é que na BidYou, 50% dos arrematantes são clientes que conseguiram trocar o aluguel pela casa própria. “Outra situação, desta vez com relação ao investidor que arremata para ganhar com o valor do aluguel, é que a disputa tem sido ainda mais acirrada quando a localização é nobre, fazendo com que os lances cheguem próximos ao valor de mercado”, diz Macedo.

O Banco do Brasil (BB), por exemplo, oferece até o fim do mês mais de 1.500 imóveis com descontos de até 74%. As unidades estão em todo o país e podem ser compradas online tanto por leilão quanto por venda direta. Neste último caso, o imóvel já foi a leilão, mas não foi arrematado. Então, ele é novamente colocado à venda, mas sem pregão. Os valores iniciam em R$ 20,8 mil e chegam a R$ 7,18 milhões. As ofertas podem ser compradas à vista, com mais 3% de desconto em cima do valor ofertado, ou parceladas em até 12 vezes sem juros.

Sinal de alerta

Macedo encerra que a sinalização do Copom mostra claramente o viés de alta, indicando que quem quer adquirir um imóvel financiado, este é momento. Caso contrário, o custo do financiamento ficará mais alto. Ele lembra ainda que o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) também está alto. Neste cenário, o segmento que sai mais penalizado é o de novos imóveis viabilizados pelas incorporadoras.