BIM: metodologia deve dominar a construção civil nos próximos anos
A transformação digital já é realidade em quase todas as áreas da economia e na construção civil não é diferente. Nesse sentido, uma das principais tendências é o BIM (Modelagem de Informação da Construção). Ou seja, é a representação virtual de uma obra. Seu grande diferencial é a quantidade de informações que traz sobre cada detalhe do projeto. Além de permitir uma pré-visualização do resultado final em termos de estética, no BIM já constam dados sobre acabamento, ventilação, materiais, instalações elétricas e hidráulicas, entre muitos outros. Por isso, o projeto pode ser usado durante toda a vida útil do edifício, desde seu nascimento até sua demolição, passando pelas manutenções pontuais.
“É importante enfatizar que não se trata de um software, mas sim de um modelo de gestão das informações referentes a um determinado projeto, seja de um edifício, um automóvel, uma aeronave, ou até mesmo de uma cidade inteira. A utilização do BIM tem ganhado cada vez mais força, e com a entrada em vigor da lei brasileira sobre a metodologia na construção civil, a expectativa é que se crie uma nova cultura que valoriza a execução de projetos com mais produtividade, transparência e custos mais baixos”, explica Marcos Carvalho, professor da disciplina no curso de arquitetura do Centro Universitário Newton Paiva.
A empresa americana de consultoria e análise de mercado Markets and Markets trouxe recentemente um dado que ilustra esse movimento de alta. Segundo o levantamento, o mercado global de BIM deve ter crescimento de 14,5% até 2025. Segundo os especialistas da área, o Brasil também deve seguir essa tendência, principalmente, em virtude do Decreto 10.306, de 2 de abril de 2020. O documento estabelece a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizadas pelos órgãos da administração pública federal. Com isso, todas as empresas que atuam no ramo da construção civil e que desejam participar de licitações devem contar com profissionais capacitados para usar essa metodologia.
Com a medida, o governo tem objetivo de aumentar a transparência e disseminar o BIM em território nacional. “Além de industrializar a obra e reduzir os custos em aproximadamente 20%, o BIM permite a visualização virtual do produto final antes da execução, prevendo possíveis problemas que possam surgir. Com isso, evita-se o retrabalho e o desperdício, que é um problema recorrente na construção civil brasileira”, ressalta Carvalho.
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