Especialistas comentam sobre a mais nova alta da Selic
A mais nova alta da Selic (taxa básica de juros), que passou de 11,75% para 12,75% ao ano, na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), vem trazendo o debate sobre as consequências para o mercado imobiliário. Confira a opinião de especialistas:
“Este cenário favorece a compra de ativos reais como proteção da inflação e, além disso, favorece o investidor na disputa em leilão, pois reduz a atratividade do público com perfil de morar, fazendo com que o preço final em leilão não seja esticado e, por consequência, mantém um retorno do investimento (ROI) muito atrativo”, Robson Macedo, CEO da BidYou, assessoria de investimentos imobiliários.
“O controle inflacionário é importante para o mercado imobiliário, pois os contratos de aluguel são reajustados à inflação e boa parte dos recursos direcionados à construção também. Então, se a inflação arrefecer será positivo para o mercado. Além disso, o custo de captação das companhias imobiliárias fica mais caro, selecionando assim os melhores projetos (com mais margem para aguentar juros maiores, como os loteamentos e condomínios de lotes), forçando as companhias a um melhor planejamento de seus empreendimentos”, Victorio Abreu, diretor da Areaum Participações.
“A medida do Copom não deve afetar tanto o mercado imobiliário. A Caixa, hoje a maior financiadora de obra do país e que acaba servindo de balizador para as demais instituições financeiras, anunciou por seu presidente em uma live que ia tentar ao máximo manter a taxa de juros atual de 8,7% ao ano, que hoje é a menor do mercado. Por isso, acredito que essa nova alta da Selic não afetará tanto o setor imobiliário”, Sanderson Fernandes, diretor da Avanço Realizações Imobiliárias.
“A alta da Selic ainda não refletiu nos juros imobiliários. Não sei se dessa vez refletirá. Se a diferença ficar muito grande, pode ser que reflita não agora, mas num futuro próximo”, Sylvio Pinheiro, diretor da G+P, consultoria especializada em controle e soluções para planejamento, gerenciamento e gestão de projetos e construções.
“Mesmo com as recentes altas da Selic, que fazem a renda fixa muito atrativa, investir em imóveis para locação ainda é uma excelente forma de renda. A rentabilidade média de um imóvel no Rio gira em torno de 0,45% ao mês ou 5,4% ao ano, bem próximo do que rende a poupança, mas não sofre as variações abruptas que vêm ocorrendo com a Selic, que saiu de 2% ao ano para mais de 12% ao ano. Ou seja, temos uma previsibilidade que tranquiliza o investidor. Vale lembrar que o bem está sempre valorizando e, com isso, o investidor ganha duas vezes: com a renda mensal do aluguel e com a valorização patrimonial”, Edison Parente, vice-presidente Comercial da Administradora Renascença e presidente da BIB (Bolsa de Imóveis da Barra).
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