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Imobiliária registra alta de mais de 40% na participação feminina no setor

Em um mercado tradicionalmente marcado pela presença masculina na aquisição e venda de imóveis, o cenário aos poucos vai se transformando com o aumento da presença feminina como investidora no mercado imobiliário. É o que indicam os dados da imobiliária Refúgios Urbanos, com sedes em São Paulo e Santos. Segundo Rafael Sorrigotto, COO da imobiliária que realizou um estudo sobre as vendas da empresa, as mulheres têm buscado investir num mercado sólido e em crescimento. Em 2020, a porcentagem de clientes compradoras na imobiliária correspondeu a 27% e, quando em compra conjunta, em 22% – ou seja, quase 50% dos negócios envolveram mulheres naquele ano.

Já em 2022 (até julho deste ano), esse dado corresponde a um aumento de 40% em relação a 2020. Isso significa que 70% das compras e aquisições deste ano foram feitas ou só por mulheres ou por mulheres em compra conjunta. Na própria imobiliária, a presença feminina é mais robusta, com mais mulheres que homens atuando nos bastidores deste mercado. Atualmente, 67% dos profissionais da Refúgios são mulheres.

De acordo com as sócias Ana Shaida, Ana Karina Barbosa e Camila Raghi, partindo de uma análise macro, a evolução na compreensão de conceitos como igualdade, diversidade e equidade, tem contribuído muito para a valorização da presença feminina no mercado de trabalho. Isso aumenta a renda, autonomia e, consequentemente, segurança nas mulheres para investirem não só no mercado imobiliário, mas, no mercado de investimentos como um todo.

Segundo Ana Shaida, o perfil das mulheres investidoras é bem variado. Desde jovens que estão em busca do primeiro imóvel e que visam, além da moradia, uma revenda com lucro e liquidez a médio prazo, até aposentadas que buscam imóveis com custos fixos mais enxutos e boa rentabilidade de aluguel. “Percebemos que as mulheres tendem a ser mais detalhistas, pesquisam mais, ponderam mais e costumam equilibrar a lógica com a sensibilidade. Isso resulta em uma compra menos impulsiva e com mais acertos. O “bom negócio” não só no quesito valor, mas também no bom produto que vai atender melhor e trazer liquidez”, acrescenta Ana.

Do lado das vendas, o perfil das associadas que atuam dentro da imobiliária também é bastante plural, com mulheres em diferentes idades e perfis profissionais. A similaridade, encontra-se na sensibilidade em lidar com pessoas, na empatia e na habilidade de resolver conflitos, heranças culturais e sociais adquiridas ao longo da história.

O olhar cauteloso e detalhista, também aparece como um diferencial no momento da compra. Camila Raghi relata que ao investir em seu imóvel, fez uso não só da sua expertise profissional como, também, da sua sensibilidade. “Mesmo sendo um imóvel comprado para fins de aluguel, elegi coisas que não abriria mão se fosse morar, como detalhes da localização, posição solar, ventilação, projeto de arquitetura e interiores, entre outros. Tudo isso, pensando em acomodar melhor o inquilino que locar o espaço e, também, na liquidez e valor que esses detalhes trazem para o investimento, seja no aluguel ou em uma possível revenda a longo prazo”, comenta Camila.

Apesar do aumento da representatividade feminina no mercado imobiliário, a imobiliária entende que ainda há muito o que transformar e construir dentro da sociedade em relação ao assunto. Além de falar e debater sobre as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam diariamente, é necessário que mais mulheres atuem nesse mercado, ocupem cargos de liderança e construam um legado.

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