Aluguel sobe e vacância chega a 18,2% no Rio
No período da pandemia, proprietários e inquilinos têm negociado muito para encontrar um acordo que seja bom para os dois lados. Mesmo assim, há donos de imóveis que arriscaram um aumento de preços em março. De acordo com pesquisa da Apsa, 87% dos bairros da Zona Sul e 50% dos bairros da Zona Norte analisados tiveram alta no valor do metro quadrado (m2) para locação.
Entre os oito principais bairros da Zona Sul, sete registraram aumentos que variam de 0,1 a 8,04%. Leme teve o maior percentual na comparação com fevereiro, passando o metro quadrado médio de R$ 39,04 para R$ 42,18. Já o Catete teve alta de 6,62%, indo de R$ 34,01 para R$ 36,26 o valor do m². Laranjeiras, com acréscimo de 4,43%, subiu de R$ 32,30 para R$ 33,73. A redução foi verificada apenas em Ipanema, com queda de 3,03% em março, caindo de R$ 65,03 para R$ 63,06.
O movimento pode ser um indicativo de risco, já que a vacância dos imóveis – a quantidade média de unidades vazias disponíveis para locação – na Zona Sul segue alta em quase todos os bairros desde o início da pandemia, chegando a 18,2% em março, maior taxa nos últimos 12 meses, de acordo com o estudo da Apsa. Antes da pandemia, o percentual no mesmo período era de 14%.
A vacância é um importante indicador para o cálculo do valor de aluguel. Há ainda outros fatores que impactam o preço, entre eles localização, tipologia do imóvel, área, tempo de construção, valor do condomínio, localização, altura, sol da manhã, comércio e serviços próximos, segurança e conservação. “Os aluguéis no Rio baixaram bastante nos últimos cinco anos. Com a pandemia, muitos proprietários tiveram que dar descontos. Hoje, ainda verifica-se aumentos em alguns bairros por diversos fatores. Alguns são porque estão com pouca oferta, outros são porque os proprietários ainda tentam recompor as perdas. E temos nesse momento uma oferta maior de imóveis para aluguel, até porque muitos desistiram de alugar por temporada com a queda no turismo por causa da pandemia e estão retornando para o aluguel tradicional. Aliás esse aumento da oferta de imóveis para locação tradicional também é um fator que está gerando a manutenção das taxas de vacâncias mais altas”, avalia Jean Carvalho, gerente de Imóveis da Apsa.
Outro indicativo apontado pelo estudo da Apsa revela que o tempo para alugar está diminuindo. Em Copacabana, por exemplo, em 2020, entre janeiro e março, um imóvel residencial levava em média 87 dias para ser locado. Já comparando o mesmo período nesse ano a média foi de 43 dias. Para Carvalho, as tecnologias estão impulsionando a locação, aproximando inquilinos, locadores e imobiliárias, permitindo fechar contratos e fazer visitas virtuais.
Zonas Norte e Oeste
O levantamento da Apsa identificou que na Zona Norte, entre os seis bairros analisados, três tiveram subida de valores, com destaque para o Rio Comprido (8,11%) e metro quadrado a R$ 19,47. Em seguida, aparecem Vila Isabel (2,25%) e preços em R$ 22,27, e Maracanã (2,23%), com alugueis médios em R$ 24,25 por m². Os três bairros que tiveram queda nos valores anunciados são Tijuca (-0,38%), com o metro quadrado saindo a R$ 23,70, Grajaú (-7,12%), a R$ 20,75, Méier (-4,93%), a R$ 17,76 o m². A vacância na Tijuca chega a 18,1%, Grajau, 16,9%, e Maracanã a 17,6%. Na Barra da Tijuca houve queda de -2,83% frente a fevereiro, chegando a R$ 40,17.
Já o Centro teve queda de 2,20% com relação a janeiro e hoje o metro quadrado custa em média R$ 28,48. Na comparação com março de 2020, quando iniciou a desocupação de escritórios comerciais na região, a queda é de -6,25%. A taxa de vacância no bairro segue em escalada, passando de 18% em abril de 2020 para 34,5% em março desse ano.
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