São muitos os detalhes que devemos atentar na hora de construir ou reformar uma casa. Onde serão guardados os materiais de limpeza? Como vão ser organizadas as roupas no guarda-roupa? Estes questionamentos podem parecem insignificantes, mas fazem total diferença na rotina dos moradores. Além disso, ainda existem detalhes que dizem respeito à praticidade. Por exemplo: alguns vãos que tornam a rotina de limpeza um pouco mais complicada. Na maioria das vezes, é difícil lembrar de tudo, pois começar um projeto do zero requer muito planejamento e informações em mente. Pata ajudar nesta tarefa, a arquiteta Cristiane Schiavoni indica 5 pontos devemos levar em consideração na hora de construir uma casa mais prática. Confira:
1 – O layout e limpeza
O primeiro seria a distribuição equilibrada dos ambientes, principalmente, quando falamos em espaços pequenos. E pensando na marcenaria, que costuma ser o segredo para o aproveitamento dos espaços, quando são criados muitos moldes grandes fixos e o mobiliário está fixado na parede, fica mais difícil realizar essa limpeza – tanto nos vãos, como embaixo da peça. Por isso, segundo Cristiane, é tão importante pensar em uma estética bonita atrelada com a viabilização do processo de higienização da casa. “De repente, podemos tentar um criado com rodilhos, ao invés de uma marcenaria fixa com o objetivo de afastar e limpar, ou então escolher uma cama e um armário que não abram espaço para a poeira. Na arquitetura de interiores, são infinitas as possibilidades que poderão simplificar, e muito, a rotina de uma família”.
2 – Setorização
A organização é um dos pontos mais importantes. Onde serão guardados os materiais de limpeza? Como vão ser organizadas as roupas no guarda-roupa? Para um melhor resultado, é preciso pensar nisso tudo e muito mais antes mesmo de começar a planejar uma reforma ou construção. Uma dica elencada pela profissional é que os moradores comecem pensando em todos os itens pessoais que eles possuem.
“Esse processo facilita nosso entendimento do volume daquilo que precisa ser guardado, bem como a forma como os clientes preferem”, esclarece. “Na lavanderia, ao decidir como será a acomodação dos itens, até mesmo a atividade da limpeza se torna mais tranquila. O fácil acesso a um aspirador de pó, por exemplo, vai fazer com que a sua retirada também seja mais acessível e, consequentemente, que você utilize esse eletrodoméstico com mais frequência. Por isso, pensar na distribuição e armazenamento, seja no dormitório, seja na cozinha ou na sala, faz com que a sua rotina de organização fique mais fácil” complementa Cristiane.
3 – Decoração
É importante que os moradores tenham em mente o seu estilo de vida na hora de escolher os itens de decoração, entre outras peças avulsas da casa, já que a organização do espaço depende disso. A família pode ser composta por um casal que trabalha o dia todo e tem uma vida mais corrida, sem muito tempo ou apreço por uma rotina de manutenção. Assim como podemos nos referir a pessoas que têm mais disponibilidade para qualquer atividade que desejem e que, por característica pessoal, sejam mais propícios a ordenar suas rotinas e objetos pessoais.
“Eu tenho uma cliente que tem a maior paciência com as suas peças pequenas e, por isso, não se torna um fardo o fato dela ter um lustre de cristal composto por tantos apetrechos delicados. Mas para uma casa prática, eu não indicaria uma peça assim. Se a pessoa não tem esse perfil de cuidado, como essa senhora que faz da manutenção do lustre uma terapia, o décor deve ser lindo e prático”, conta a arquiteta.
4 – Recomendações de manutenção
Antes mesmo de decidir sobre os objetos ou até a mobília de um espaço, uma boa opção também é checar as recomendações de manutenção de cada um deles. Então, caso a busca seja por cotidiano simplificado nas atividades de cada, é preciso promover uma pesquisa antes. “Um exemplo é o piso de madeira. Quem não ama a sensação confortável do pisar descalço e o acolhimento que ele fornece? Mas há de se considerar que esse tipo de revestimento requer processos de limpeza que dão uma trabalhinho à mais, sem contar que, se a família tem um pet, definitivamente a escolha será um transtorno quando o xixi do doguinho no lugar errado começar a manchar o piso”, avalia a arquiteta.
5 – Escolhendo os itens
Alguns detalhes no momento de decisão podem ser determinantes para definir como será a rotina de manutenção para os moradores daquela residência. São eles:
– Piso: no caso dos pisos, é fundamental a atenção com questões como textura e cor. “Os antiderrapantes, que muitas vezes, são eleitos com o propósito de deixar o ambiente mais seguro, podem dificultar a limpeza. Pensando na usabilidade, cerâmica e porcelanato são imbatíveis, pois podemos lavar, que cá entre nós, é um hábito que os brasileiros não abrem mão”, orienta Cristiane.
– Mobiliário: pensando na durabilidade das peças, algumas medidas se revelam bastante eficazes. Na cozinha, uma base de alvenaria antes do móvel promove a proteção no contato com a água e, no dormitório, evita as trombadas com a base da vassoura e do rodo. “É muito comum que as peças comecem a se deteriorar devido a esse contato com o piso e a rotina de faxina. Por isso, tudo o que pudermos evitar contribui para a longevidade do décor da casa”, revela a arquiteta.
– Revestimento de parede: certos revestimentos de parede também são laváveis, como os papéis de parede vinílicos ou as tintas à prova d’água. “Mas é valioso reforçar que, quando falamos em revestimentos laváveis, não nos referimos ao uso de mangueira ou balde de água, mas sim um procedimento mais equilibrado com o uso de bucha ou um pano úmido”, complementa a arquiteta;
– Móveis: aqueles com rodinhas ou leves são mais fáceis de arrastar no dia da faxina em casa. Os laqueados são tranquilos para movimentar, mas também sofrem arranhões com facilidade. Por isso, o MDF é a opção mais recomendada e utilizada nos dias de hoje, já que reúne todas as características que auxiliam na conservação e na rotina de limpeza do lar;
– Sofás, almofadas, cortinas, entre outros tecidos: existem diversos tipos no mercado. Porém, na hora de montar uma casa prática, o ideal é buscar por tecidos impermeabilizados – principalmente aqueles com cores claras (que inevitavelmente aparentam acumular mais sujeira). No contraponto, o couro ou as versões impermeáveis simplificam o processo: basta passar um pano. Mais delicados também são os acolchoados, que precisam secar e demandam mais cuidados. Quanto aos tapetes, quanto mais claros e mais cheio de pelos, mais dificultosos se apresentam para a higienização. Por fim, para as cortinas existem tecidos sintéticos, que possibilitam a lavagem na máquina.